Type 1 VWD classification revisited: novel insights from combined analysis of the LoVIC and WiN studies
Anabela RODRIGUES 1); Tiago DIAS DOMINGUES 2); Gustavo NOBRE DE JESUS 3), 4); Ana GARÇÃO 1); Ana Rita RODRIGUES 3); Catarina JACINTO CORREIA 1); Carla LEAL PEREIRA 1); Dulce CORREIA 3); Álvaro BELEZA 1); João Miguel RIBEIRO 3).
1. Transfusion Medicine Department. Hospital Santa Maria. Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte. Lisbon. Portugal.
2. Centro de Estatística e Aplicações – CEAUL. Faculdade de Ciências. Universidade de Lisboa. Lisbon. Portugal.
3. Intensive Medicine Department. Clínica Universitária de Medicina Intensiva. Hospital Santa Maria. Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte. Lisbon. Portugal.
4. Clínica Universitária de Medicina Intensiva. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisbon. Portugal.
RESUMO
Introdução
A coagulopatia associada à COVID-19 inclui inflamação sistémica e endotelial com desregulação da coagulação relacionada com imunotrombose. O objetivo deste estudo foi caracterizar esta complicação da infecção por SARS-CoV-2 em doentes com infeção COVID-19 moderada a grave.
Métodos
Estudo prospetivo observacional open-label conduzido em doentes com insuficiência respiratória aguda COVID-19 moderada a grave admitidos numa unidade de cuidados intensivos (UCI). Testes da coagulação, incluindo tromboelastometria, testes de bioquímica e variáveis clínicas foram colhidos em pontos de análise predefinidos durante 30 dias de internamento na UCI.
Resultados
Foram incluídos 145 doentes, 73,8% homens, com uma mediana de idade de 68 anos (intervalo interquartílico – IIQ 55 – 74). As comorbilidades mais prevalentes foram hipertensão arterial (63,4%), obesidade (44,1%) e diabetes (22,1%). Na admissão, o simplified acute physiology score II (SAPS II) apresentou uma mediana de 43,5 (11 – 105) e o sequential organ failure assessment (SOFA) de 7,5 (0 – 14). Durante a estadia na UCI, 66,9% dos doentes foram submetidos a ventilação mecânica invasiva e 18,4% a suporte com extracorporeal membrane oxygenation; Eventos trombóticos e hemorrágicos ocorreram em 22,1% e 15,1% dos doentes respetivamente; anticoagulação com heparina esteve presente em 99,2% dos doentes desde precocemente durante a estadia na UCI. A morte ocorreu em 35% dos doentes. Estudos longitudinais revelaram alterações em quase todos os testes da coagulação durante a hospitalização na UCI. O SOFA score, a contagem de linfócitos, alguns parâmetros bioquímicos, inflamatórios e da coagulação, incluindo hipercoagulabilidade e hipofibrinólise observados na tromboelastometria, diferiram significativamente (p < 0,05), entre a admissão e a alta da UCI. A hipercoagulabilidade e a hipofibrinólise persistiram ao longo da hospitalização na ICU, mostrando maior incidência e gravidade nos doentes não sobreviventes.
Conclusão
A coagulopatia associada à COVID-19 é caracterizada por hipercoagulabilidade e hipofibrinólise desde a admissão na UCI, as quais persistiram durante o curso clínico na infeção COVID-19 grave. Estas alterações foram mais pronunciadas nos doentes com maior gravidade e nos não sobreviventes.