ANTICOAGULANTES ORAIS DIRETOS – UM NOVO PARADIGMA NO TRATAMENTO DA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA

ANTICOAGULANTES ORAIS DIRETOS: UM NOVO PARADIGMA NO TRATAMENTO DA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA

Bruna Guimarães a); Luciana Ricca Gonçalves b); Armando Mansilha c).

a) Estudante do 6ºAno de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicinada Universidade do Porto, Porto, Portugal

b) Serviço de Imunohemoterapia, Centro Hospitalar de São João, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto, Portugal

c) Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar de São João, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto, Portugal

RESUMO

A trombose venosa profunda (TVP) é uma patologia com elevada mortalidade e morbilidade, sendo importante ser reconhecida e tratada de forma eficaz e precoce. Os anticoagulantes orais diretos (DOAC), que inibem seletivamente e de forma reversível o fator IIa (Dabigatrano) ou o fator Xa (Rivaroxabano, Apixabano e Edoxabano), tornaram-se uma alternativa atrativa à terapêutica convencional devido à sua administração oral em doses fixas, sem interações alimentares e ausência de necessidade de monitorização. O objetivo deste trabalho é o de proceder a uma revisão sobre o uso terapêutico dos DOAC e da sua relação risco/benefício comparativamente à terapêutica convencional no tratamento e prevenção da TVP. Foi efetuada uma pesquisa na base de dados Pubmed de artigos em língua inglesa que abordassem os DOAC no tratamento e prevenção secundária da TVP. Foram incluídos os principais ensaios clínicos e as mais recentes orientações para o tratamento e prevenção do Tromboembolismo Venoso (TEV). Grandes ensaios clínicos randomizados demonstraram a não-inferioridade dos DOAC no perfil de eficácia comparativamente à terapêutica convencional com a vantagem de apresentarem uma segurança superior. A melhor relação risco/ benefício dos DOAC aliada às previsíveis propriedades farmacocinéticas e ausência de necessidade de monitorização por rotina, proporciona-lhes uma melhor relação custo-eficácia. Apesar de nem todos os doentes beneficiarem desta terapêutica, que deve ser individualizada em cada caso, os DOAC tornaram o tratamento e prevenção da TVP mais prático e seguro, com um aumento da satisfação e diminuição da incidência de eventos recorrentes, iniciando um novo paradigma no tratamento e prevenção da TVP.